V Encontro Cultural da AAIF: "Governo quer que a produção das energias renováveis suba para os 75 por cento até 2018 nos Açores"


O director regional da Energia disse hoje, em São Miguel, que o executivo açoriano pretende que a produção de electricidade de origem renovável ascenda dos actuais 28 para 75 por cento em 2018.
Falando no V Encontro Cultural da Associação “Amigos da Ilha das Flores”, promovido em Ponta Delgada, José António Cabral Vieira afirmou estar em curso, no arquipélago, um plano de produção de eficiência energética que obriga à certificação energética dos novos edifícios, à implementação de contadores inteligentes e à instalação de uma caixa de energia junto de cada habitação para reduzir os actuais gastos de consumo.
Na abordagem do tema “A caminho de um sistema de energia sustentável”, aquele responsável revelou que os Açores produzem actualmente três por cento de gases com efeito de estufa, nomeadamente, dióxido de carbono que, segundo referiu, aumentou 59 por cento a partir de 1990.
Esclareceu que a maior fonte de emissão de dióxido de carbono, nos Açores, para a atmosfera, são os combustíveis fósseis (derivados do petróleo), e revelou que as principais actividades emissoras envolvem, sobretudo, os transportes e a produção de electricidade.
Na opinião de José António Cabral Vieira, é possível reduzir os danos causados por aqueles dois sectores, através da produção de electricidade mais renovável e da aquisição de um maior número de carros eléctricos nas ilhas.
Declarou, também, que o transporte rodoviário dependente, em 10 por cento, dos derivados do petróleo e que somente 28 por cento da electricidade produzida na Região Autónoma é de origem renovável, designadamente, hídrica, eólica e geotérmica.
Nesse sentido, acrescentou que 87 por cento da energia utilizada nos Açores depende dos países produtores de petróleo e que a autonomia energética das ilhas não ultrapassa actualmente os 13 por cento.
Salientou, no entanto, que a tecnologia ligada às energias renováveis tem vindo a sofrer uma evolução significativa, permitindo que os novos equipamentos, como sejam, os painéis fotovoltaicos e solares destinados à produção de águas quentes sanitárias e ao aquecimento interior das habitações, apresentem preços mais baixos.
Advertiu que vai entrar em vigor uma nova directiva comunitária da União Europeia, segundo a qual, todos os edifícios devem ser verdes a partir de 2020, com emissão zero de CO2.
Os novos edifícios que, a partir daquele data, desrespeitarem a directiva da União Europeia ficam sujeitos a uma sobrecarga fiscal em função do índice de poluição que produzirem, de acordo com José António Cabral Vieira.
Citando um estudo da Agência Internacional da Energia, este responsável frisou que é previsível que até 2050 haja um aumento significativo das emissões de CO2, um acréscimo da procura de petróleo em cerca de 70 por cento e um agravamento médio da temperatura do globo na ordem dos seis graus centígrados.

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